quarta-feira, 27 de julho de 2011

SEM ALARDE





SEM ALARDE

Pobre do poeta triste,
que em riste da sua forma,
nunca se conforma,
em ser uma simples peça,
ser apenas uma proposta
pobre da menina triste,
que não se completa,
e não se confessa,
depois se despede,
por ser uma reforma,
sou como esse poeta,
como essa menina,
não sei onde começo,
nem onde termino,
retrocesso e destino,
quero ser a musica,
ser a artista,
sem ter acordes,
ser a peça sem retoques,
pobre de mim,
que sou assim
quero me entupir de tintas,
pintar com todas as cores,
quero desenhar as flores,
saborear as canções,
viver de amores,
coitada dessa palhaça,
que nunca se emenda,
em sair de cena,
em pedir suas contas,
que precisa ir embora,
e sem olhar pra trás,
cantar em paz,
pobre dessa menina,
que nunca ensina,
que furou sua retina,
não enxerga nada,
que entende menos ainda,
pobre criança,
que tarde chega,
sem receio de pedir,
de acudir,
quem dela precisa,
vai sofrer,
mais cedo que se lembre,
mais tarde que remende,
um dia quem sabe,
sozinha e sem alarde,
sem querer,
e com seu sofrer,
ela aprenda,
quem sabe?

ANA ELIZABETH BAADE
IMAGEM DE AUTOR DESCONHECIDO

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